Desgosto

| 26/01/2010 | 0 comentários |
Vou forçar meus pensamentos, espremer, tentar gotejar o pouco que me resta dentro do vazio eu . Vou tentar correr, fugir, escapar, opcionalmente para não te ferir, pra mim não sangrar.
Eu quero gritar, porque será que mesmo feliz ainda vou a chorar... Por que com tanta coragem eu vejo ao meu redor a minha mais nobre covardia; única e disforme. Tentarei colocá-la numa fôrma para tentar moldá-la, tentar dar forma!
Que dor meu Deus, quantas lágrimas ainda hei de chorar pela indecisão! Ser ou encenar! Quero parar, quero reavaliar... quero me olhar no espelho e saber quem sou, do que sou feito, pra quê fui criado? Por que sempre temos que dizer a palavra não... Queria ser capaz de dizer sempre sim! Mas o não me atordoa, me enlouquece, devora-me!
Cercado de tantos tabus, de tantas cordialidades, de tanta hipócrita etiqueta! Quanta hipocrisia neste palácio cercado de “Não me toques”. Não sou de porcelana, porém quebro, mas  as vezes sinto-me como se fosse um martelo a destruir os sonhos alheios!
Quantos já se partiram, quantos já se racharam, trincaram, ah quantos corações dilacerados, mas ninguém nota o meu já está em cacos, em pranto, em estrago; Pútrido! Como alguém ainda olha para mim e deseja este coração? 
Pelo amor de Deus, chamem o médico, ele está pedindo por clemência, ele diz simplesmente: “Preciso da sua Benção, antes de partir!”